Num mundo cheio de barulho, precisamos ir à igreja e silenciar

Eu não gosto do barulho -  a não ser que eu esteja num show, num arrastão... - mas, na vida, eu prefiro o silêncio

Imagem retirada do site fatosdesconhecidos.com.br


Olá, xófens!

Estava eu aqui pensando com os meus botões, e lembrei que há muito tempo meu coração já havia se inquietado com uma questão que eu considero importante: O silêncio. 

"Nossa, Natan, fala alguma coisa!", "amigo, você tá tão calado", "eita, o que houve?". São frases que eu costumo ouvir. Eu sou silencioso. E sendo bem objetivo com vocês, eu sou silencioso porque quando eu me calo o coração começa a falar. No fundo no fundo ele ressoa a voz mais interior. Não aquela superficial, que cala a razão e faz a gente fazer m... Não, não essa voz. Mas, aquela interior. Vejamos...

Disse santo Agostinho que todo homem tem em si o desejo mais profundo da Verdade. O desejo da Verdade, ou seja, o desejo de Deus está no mais íntimo do nosso coração, escondido, até que o encontremos. No meu e no seu coração. É incrível saber que quando nós nos calamos, quando silenciamos o barulho exterior, o interior começa a dar sinais daquilo que é íntimo, que é real, que é eterno: A voz de Deus.

Eu não gosto do barulho -  a não ser que eu esteja num show, num arrastão... - mas, na vida, eu prefiro o silêncio. Então andei pensando: Num mundo cheio de barulho, precisamos ir à Igreja e silenciar. Sim! Acredito que ninguém vai à Igreja pra bater papo, ou ouvir exalta samba - pelo menos não deveria. Quando eu estou nas ruas barulhentas, quentes e movimentadas de Maceió e vejo uma Igreja, a sensação que tenho é parecida a de um explorador que está no deserto, morrendo de sede e encontra um riacho de água doce e uma árvore sob cuja sombra poderá descansar. É exatamente assim!

Acontece que, infelizmente, está muito difícil de nós católicos entendermos que a igreja é o refúgio, é o oásis, é onde está a fonte da vida. Entramos na igreja e não silenciamos o que é de externo, e por isso não ouvimos a voz de Deus. Vamos à missa, passamos a celebração conversando com a pessoa que está ao lado, e incomodando os outros irmãos que queriam muito ter participado, mas não participaram porque fomos tão estúpidos que não fomos capazes de calar a matraca.

Vamos à igreja e queremos inventar modas. Sim. Dizemos: "Mas a missa é tão chata e monótona! Vamos botar uma bateria, inventar umas dancinhas. Vamos fazer um teatro e uma dança, também. vamos inovar!" Que imbecis nós somos! Precisamos aprender que quando vamos à igreja, não estamos indo à night, ao happy hour, ou à casa da sogra. Quando vamos à igreja, precisamos calar a voz, pra Deus poder falar. São Francisco de Sales já havia entendido isso quando disse que o Bem não faz barulho, e o barulho não faz bem.

 “Se você quer admirar uma dançasabe aonde ir… Mas não na Missa!” (Cardeal Arinze)

Eu observo pessoas que odeiam o tempo quaresmal, porque não batem palmas em suas paróquias, e estão ansiosamente esperando a Páscoa chegar para voltarem a fazer suas dancinhas, e dançar suas musiquinhas, e fazerem seus teatrinhos... Jesus está lá. Mas ninguém liga. Não basta Ele estar lá, "É preciso inovar", dizemos. 

O nosso querido Bispo Emérito de Roma Bento XVI falou sobre isso: A liturgia não é um show, um espetáculo que necessite de diretores geniais e de atores de talento. A liturgia não vive de surpresas simpáticas, de invenções cativantes, mas de repetições solenes. Não deve exprimir a atualidade e o seu efêmero, mas o mistério do Sagrado.

Pois, meus amigos. Vamos tentar silenciar. Para que vamos à igreja? Para fazer fofoca? Para dançar nego nagô? Para fazer Zumba? Crossfit? Não. Nós vamos pra rezar. Então rezemos. Nada mais. E, meu amigo, se um dia você fizer barulho do meu lado numa celebração litúrgica, eu não vou exitar em me virar pra você, e dizer com simpatia: "Calaboquinha".


Nossa Senhora do Silêncio, Rogai por nós. 



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